Taxação de Investimentos: Entenda a Proposta

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Taxação de Investimentos: Entenda a Proposta e Como Pode Impactar Seus Rendimentos

Atualmente, a taxação de investimentos no Brasil segue regras regressivas com alíquotas variando de 15% a 22,5%, dependendo do prazo. No entanto, o governo federal propôs recentemente uma taxação unificada de 17,5% para quase todas as aplicações financeiras, além de incluir investimentos até então isentos em um IR de 5%. Nesse contexto, vale entender como tudo funciona, o que a proposta prevê e o que precisa acontecer para que ela se torne realidade.


1. Como é a taxação atual?

Hoje, a maior parte das aplicações segue a tabela regressiva de IR:

  • Até 180 dias: 22,5%

  • 181–360 dias: 20%

  • 361–720 dias: 17,5%

  • Acima de 720 dias: 15%

Além disso, diversos produtos são isentos de IR, como LCI, LCA, CRI, CRA, debêntures incentivadas, FIIs e Fiagros, desde que se enquadrem nos critérios atuais. Também há tratamento distinto para ações, day trade, criptoativos e JCP, cada um com regras específicas.


2. Entenda a proposta do governo

A proposta, apresentada via MP 1.303/2025, sugere três mudanças principais:

  1. Alíquota única de 17,5% para praticamente todos os produtos financeiros, incluindo CDBs, Tesouro Direto, fundos, ações e cripto.

  2. Tributação de 5% sobre rendimentos de investimentos até então isentos (ex.: LCI, LCA, FIIs, débentures) para novas emissões a partir de 2026.

  3. IR de 20% para JCP, e também ajustes em ações, FIIs e day trade.

Esse novo formato tende a simplificar o sistema e aumentar a arrecadação, compensando o recuo da recente elevação do IOF .


3. Prazo e aprovação: o que falta acontecer?

Embora a MP já tenha sido publicada em 11 de junho, a proposta só vale se o Congresso aprová-la até dezembro de 2025, e quando for sancionada, só passa a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2026. Ou seja, por ora, não há mudanças imediatas — mas a partir de 2026, o cenário pode ser bastante diferente.


4. Tabela comparativa: antes e depois

Categoria Taxa Atual (IR) Proposta (a partir de 2026)
Renda Fixa (CDB, Tesouro) 15 %–22,5 % regressivo 17,5 % fixo
LCI/LCA, CRI/CRA, Debêntures incentivadas Isentos 5 % IR novo para novas emissões
FIIs/Fiagros – dividendos Isentos 5 % IR na fonte
FIIs/Fiagros – ganho capital 20 % 17,5 % IR
Ações (Ganho) 15% (até R$ 20 mil/mês) 17,5 % (ganhos no trimestre)
Day trade 20 % 17,5 %
Criptoativos 15%–22,5% + isenção até R$ 35k/mês 17,5% quatro estações
JCP 15 % 20 %

5. Principais impactos e consequências

  • Para o investidor de longo prazo, pode ser negativo, já que perde o incentivo da alíquota decrescente.

  • Simplificação: menos complexidade no cálculo do IR, compensação entre ativos e declaração anual simplificada .

  • Isenção fim: investimentos antes isentos passam a gerar tributo, afetando atratividade de produtos como LCI/LCA.

  • Mercado reativo: pode haver redirecionamentos de recursos em busca de alternativas tributárias, impactando precificação.


6. O que falta para a taxação valer de fato

Para que a taxação proposta entre em vigor, é necessário:

  1. Aprovação da MP pelo Congresso — até dezembro de 2025.

  2. Sanção presidencial — sem vetos parciais.

  3. Publicação das regras complementares — detalhes operacionais de declaração e compensação.

  4. Vigência em 2026, com possibilidade de regulamentação pela Receita Federal.

Sem esses passos, o regime antigo permanece para 2025.


Conclusão

Em resumo, a proposta de taxação de investimentos representa uma tentativa de equilibrar as contas públicas e simplificar o sistema tributário. Porém, envolve aumento de cobrança para diversos produtos e exige atenção dos investidores quanto ao planejamento. A aprovação e implementação ainda são incertas — mas, com base no calendário, só valeriam em 2026.

2 comentários em “Taxação de Investimentos: Entenda a Proposta”

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